Com brincadeiras, interatividades e exercícios propostos para fazer em casa ou na escola, o livro Casacadabra, lançamento da Pistache Editorial, leva o leitor a descobrir segredos e detalhes da arquitetura, ao mesmo tempo em que percebe as casas como espaços lúdicos: uma casa redonda, um dragão que mora no telhado, ou a casa em cima da cachoeira.
Palavras a princípio complicadas – brise soleil, um pilotis ou uma estrutura em balanço – são explicadas de maneira simples e didática, e com ilustrações de Carolina Hernandes, designer e ilustradora formada pelo IED. A proposta do Casacadabra é ser leitura e também objeto de brincadeira e aprendizado, sempre estimulando a criança a pensar sobre sua casa e sua cidade, e desenvolver maneiras de ver o mundo à sua volta.
"Se o ensino de arquitetura começar pela criança, as cidades têm a chance de receber, no futuro, um olhar mais crítico e apurado de quem a constrói, na busca de melhores soluções urbanas", propõem Bianca Antunes e Simone Sayegh, idealizadoras do projeto e responsáveis pelo texto e edição. Bianca é jornalista e trabalha há 12 anos na difusão de arquitetura em mídia especializada, assim como Simone, que é arquiteta de formação.
A publicação traz dez casas construídas pelo mundo e assinadas por arquitetos famosos. Do exterior, a Casa Batlló em Barcelona, de Gaudí, ou a Fallingwater, nos Estados Unidos, de Frank Lloyd Wright. Quatro projetos brasileiros têm destaque: a Casa de Vidro, de Lina Bo Bardi, a Casa Bola, de Eduardo Longo, a casa Grelha, de FGMF, e um edifício cheio de casas: o Copan, de Oscar Niemeyer.
Porque um livro de arquitetura para crianças
As autoras partem da ideia de que as cidades serão mais justas e humanas quando a arquitetura e o urbanismo começarem a ser ensinados desde o princípio: nas aulas de ensino básico, fundamental, médio e não apenas nas salas de aula das faculdades de arquitetura. Nos livros para as crianças, e não apenas em artigos acadêmicos. "Acreditamos na educação para abrir os olhos das pessoas, desde cedo, para o lugar em que vivem. Casacadabra é um pequeno passo para essa transformação", dizem as autoras.
Hoje mais de 50% da população mundial mora em cidades (no Brasil, esse número sobe para 85%). A lógica das construções é algo que pode ser acessível a todos, mas hoje não é automaticamente visível. "Se quisermos cidades melhores, precisamos aprender os princípios da arquitetura desde cedo, aprender a ler a cidade, seus códigos ocultos", dizem.
A qualidade do espaço pode mudar comportamentos, melhorar a convivência entre as pessoas, aumentar percepções e a apropriação do próprio espaço, desde a pequena escala da casa. Alerta disso, a criança cresce e cria, também, a consciência crítica em relação à cidade.
Financiamento coletivo
Casacadabra é uma iniciativa pioneira no Brasil de trazer conteúdos específicos de arquitetura para o público infantil. O livro foi lançado dia 13 de abril na ferramenta de financiamento coletivo Catarse.
Há contrapartidas de 30 a 173 reais – que vão desde um agradecimento no site, passando pelo livro e recompensas como maquetes de papel da Casa de Vidro para recortar e montar, feitas especialmente para o projeto por Valéria e Roberto Fialho (Nave Arquitetos). Há contrapartidas especiais a partir de 500 reais. A equipe também busca apoios e patrocínios para que não apenas a produção do livro seja financiada, mas também atividades educativas relacionadas ao Casacadabra, levando a publicação às ruas e gerando discussões.
"Somos uma editora independente e Casacadabra é nossa primeira publicação. A divulgação pelo Catarse nos ajuda a encontrar nossos leitores e a disseminar nossas ideias", contam as autoras. A aposta é que o financiamento colaborativo ajude a conquistar leitores, para que a publicação aconteça e possa gerar novas edições, que continuem tratando do tema urbano para o leitor infantil e infanto-juvenil.
As autoras
Bianca Antunes é jornalista formada e mestre pela ECAUSP (2000 e 2008), pós-graduanda na Escola da Cidade (2015) e atua há 12 anos nadifusão da arquitetura. É editora da revista AU – Arquitetura e Urbanismo (Editora PINI) desde 2009, e foi editora-assistente da mesma revista de 2004 a 2009. É autora de livros de arquitetura pela editora C4 e BEI, organizadora do livro Entrevistas (Editora PINI) e colaborou com o Dutch Culture/Ministério da Cultura da Holanda na atualização de um mapeamento cultural brasileiro na área de arquitetura (2015).
Simone Sayegh é arquiteta formada pela FAUUSP (1995) e trabalha há 15 anos na difusão da arquitetura em revistas especializadas e sites para o público final, como revista AU – Arquitetura e Urbanismo (Editora PINI) e UOL. Seus textos constam em livros de arquitetura e livros técnicos.
Para a realização de Casacadabra, a Pistache Editorial conta com o trabalho de CAROLINA HERNANDES, responsável pelo projeto gráfico e pelas ilustrações. Carolina é designer e ilustradora formada pelo Istituto Europeo di Design (2014), cursou arquitetura e urbanismo na FAUUSP e é pós-graduanda em planejamento e produção de mídia impressa pelo Senai SP (2016).
O livro
Casacadabra apresenta dez casas pelo mundo: Casa de Vidro, de Lina Bo Bardi (São Paulo, Brasil); Casa Bola, Eduardo Longo(São Paulo, Brasil); Edifício Copan, Oscar Niemeyer (São Paulo, Brasil); Casa Grelha, FGMF (Serra da Mantiqueira, Brasil); Casa Dymaxion, Buckminster Fuller (Estados Unidos); Fallingwater, Frank Lloyd Wright (Mill Run, Estados Unidos); Casa Batlló, Antoni Gaudí (Barcelona, Espanha); Bedzed, Bill Dunster (Londres, Inglaterra); Casa NA, Sou Fujimoto (Tóquio, Japão) e Quinta Monroy, Elemental (Iquique, Chile)
- Páginas 80 páginas
- Dimensão 21 cm x 21 cm
- Texto Bianca Antunes, Simone Sayegh
- Ilustração Carolina Hernandes
- Editora independente Pistache Editorial (www.pistacheeditorial.com.br)
- Lançamento setembro de 2016 (previsão)
Para participar do financiamento coletivo, acesse: catarse.me/casacadabra